A vitória expressiva do centrão no comando do Congresso foi celebrada como um trunfo para ampliar poder sobre o governo Lula e influência na verba pública. O grupo já discute um redesenho da gestão, incluindo reduzir o peso do PT no Planalto e retomar o controle das emendas parlamentares, bloqueadas pelo STF.
Líderes do centrão alertam que ministérios não são suficientes para garantir apoio integral ao governo ou à reeleição de Lula em 2026. Com a popularidade do presidente em queda, há resistência a aprofundar essa aliança sem mudanças mais estruturais.
Diante disso, Lula já admite uma reforma ministerial mais abrangente, possivelmente sacrificando aliados petistas. Gleisi Hoffmann pode assumir a Secretaria-Geral da Presidência, e Alexandre Padilha pode ser deslocado para a Saúde. A articulação política do governo pode passar para um nome não petista, como Sílvio Costa Filho (Republicanos) ou Isnaldo Bulhões Jr. (MDB).
O PSD, partido de Gilberto Kassab, também pressiona por espaço, cogitando Rodrigo Pacheco para um ministério estratégico, como Justiça ou Minas e Energia. Arthur Lira (PP), peça-chave na eleição da Câmara, e Marcos Pereira (Republicanos), que poderia aproximar Lula do eleitorado evangélico, também são cotados.
O movimento de Lula para atrair o centrão reflete sua preocupação com a queda de aprovação, principalmente no Nordeste. O presidente espera fechar a reforma ministerial em até 15 dias, buscando recompor a base aliada e fortalecer sua posição para os próximos anos.