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Haddad nega taxação de big techs e governo aguarda decisão concreta sobre tarifas dos EUA
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Haddad nega taxação de big techs e governo aguarda decisão concreta sobre tarifas dos EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo brasileiro não planeja impor taxação às big techs norte-americanas, caso o ex-presidente Donald Trump concretize sua intenção de aplicar tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados por todos os países. O anúncio oficial dessa medida está previsto para esta segunda-feira.

Em uma publicação no X, Haddad destacou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguirá uma abordagem cautelosa, evitando reações precipitadas. “O governo tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”, declarou o ministro, acrescentando que aguardará a orientação do presidente Lula antes de qualquer pronunciamento oficial.

A possibilidade de taxação das big techs foi levantada por uma reportagem da Folha de S. Paulo, que indicou a medida como uma possível resposta do Brasil a um eventual aumento de tarifas imposto pelos EUA. A ideia seria evitar impactos diretos na indústria brasileira, buscando equilibrar a balança comercial sem prejudicar setores estratégicos.

Impacto das tarifas no Brasil
Os Estados Unidos são os principais compradores de ferro, aço e alumínio do Brasil. Em 2024, as exportações desses produtos para o país totalizaram US$ 6,37 bilhões, sendo US$ 6,10 bilhões referentes a ferro e aço e US$ 267 milhões a alumínio.

Caso a nova taxação seja implementada, o impacto pode ser significativo para a indústria siderúrgica brasileira, que tem os EUA como o maior destino de ferro e aço e o segundo maior para alumínio. No passado, medidas semelhantes foram adotadas por Trump.

Em 2018, o então presidente dos EUA impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas posteriormente concedeu cotas de isenção a alguns parceiros comerciais, incluindo Brasil, Canadá e México. Já em 2020, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), Trump voltou a taxar os produtos brasileiros, mas, novamente, flexibilizou a medida com isenções específicas.

Em 2024, o Brasil exportou um total de US$ 15,6 bilhões em ferro, aço e alumínio, sendo que 40,8% desse montante teve como destino os Estados Unidos.

Governo brasileiro mantém cautela
Diante desse cenário, o governo Lula adota uma postura estratégica, evitando declarações precipitadas e monitorando as ações dos EUA. O Ministério da Fazenda, junto ao Itamaraty, acompanha as movimentações do governo norte-americano para avaliar os impactos e definir possíveis medidas de resposta.

Para o Planalto, qualquer decisão deve ser tomada com base em negociações e análises aprofundadas, considerando o histórico de acordos e o impacto no comércio bilateral. Com a chegada de Sidônio Palmeira ao comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a orientação do governo é reforçar a transparência e adotar uma comunicação assertiva diante de temas sensíveis como esse.

Até o momento, a expectativa é que o governo aguarde o anúncio oficial de Trump antes de tomar qualquer decisão sobre possíveis medidas compensatórias.

Fonte: Folha de SP e Poder 360