A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 25% as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, incluindo as provenientes do Brasil, pode resultar em uma redução de até US$ 700 milhões nas exportações brasileiras de aço. Essa estimativa, baseada nos preços atuais, corresponde a uma diminuição potencial de aproximadamente 1 milhão de toneladas do produto, conforme análise do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de 5,8 milhões de toneladas de aço para os EUA, totalizando US$ 4,1 bilhões, o que representa 60% de todo o aço brasileiro exportado. Com a nova tarifa, as siderúrgicas nacionais enfrentam o desafio de realocar esse volume para outros mercados, como a China, União Europeia e países árabes, o que exigirá esforços diplomáticos e comerciais significativos.
A dificuldade em encontrar novos compradores pode levar a uma redução na produção interna e possíveis demissões no setor siderúrgico. Além disso, a diminuição das exportações tende a reduzir a entrada de dólares no país, pressionando o câmbio e potencialmente desvalorizando o real frente ao dólar.
No entanto, a maior oferta de aço no mercado interno pode resultar em queda nos preços para setores como construção civil, linha branca e automobilístico. Contudo, uma eventual desvalorização cambial poderia elevar os custos de insumos dolarizados, compensando esses benefícios.
Diante desse cenário, especialistas sugerem que o Brasil busque diversificar seus mercados de exportação e adote políticas públicas para incentivar a indústria nacional, visando mitigar os impactos negativos da medida norte-americana.
Setor siderúrgico brasileiro enfrenta desafios com nova tarifa americana
