Fusão ou federação? Líderes centristas e de direita planejam novo eixo político no Congresso

Durante um encontro inusitado na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), altos representantes dos partidos PSDB e Republicanos se reuniram para discutir estratégias que possam reconfigurar o cenário político no Congresso. O diálogo contou com a presença do presidente estadual do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e, por videoconferência, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enquanto, do lado dos tucanos, participaram os deputados Aécio Neves (MG), Paulo Abi-Ackel (MG) e Adolfo Viana (BA).

Uma das principais propostas debatidas foi a possibilidade de uma fusão entre os dois partidos, iniciativa que surgiu no seio do Republicanos. Contudo, os representantes do PSDB enfatizaram que, no momento, sua prioridade é formar uma federação com o Podemos e, posteriormente, com o Solidariedade. “Com essa articulação, poderíamos consolidar uma bancada de cerca de 40 deputados e criar um projeto de centro capaz de atrair parlamentares descontentes com o clima atual de polarização”, declarou Aécio Neves.

Além desse alinhamento, o encontro revelou que as negociações se estendem para outras legendas, com conversas paralelas envolvendo o PSD e o MDB. Vale lembrar que o Republicanos já havia tentado formar uma federação com o PP e o União Brasil, mas essas conversas foram interrompidas.

No decorrer da reunião, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou sem abordar questões sobre uma eventual candidatura presidencial. Enquanto o PSDB tem como pré-candidato o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, lideranças do partido não descartam a possibilidade de apoiar o governador paulista caso ele se lance à disputa pelo Palácio do Planalto em 2026.

Este encontro, que sinaliza um movimento estratégico dos partidos centristas e de direita para romper com a polarização, pode representar uma nova etapa de articulação política no Congresso Nacional, focada na construção de uma frente unida que dialogue com as demandas do centro e atraia os parlamentares insatisfeitos com o atual cenário.