O Banco Central revisou para baixo sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025. A nova estimativa aponta para um avanço de 1,9%, abaixo dos 2,1% projetados anteriormente, conforme o relatório de política monetária divulgado nesta quinta-feira (27). O documento, que substitui o antigo relatório trimestral de inflação, continuará sendo publicado a cada três meses.
De acordo com a autoridade monetária, a revisão para baixo se deve a quedas nas previsões para os setores de indústria e serviços, impactados por um desempenho abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024 e por uma perspectiva de desaceleração mais intensa ao longo deste ano. Em contrapartida, o segmento agropecuário apresentou uma leve melhora nas projeções.
O Banco Central prevê que o PIB registre um crescimento mais significativo no primeiro trimestre de 2025, impulsionado por fatores como o aumento do salário-mínimo e a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, ao longo do ano, o ritmo da atividade econômica pode desacelerar, refletindo os impactos da alta de juros e das condições econômicas globais mais moderadas.
A projeção do Banco Central diverge da estimativa do Ministério da Fazenda, que prevê um crescimento de 2,3% para o PIB em 2025. Já o mercado financeiro, segundo o mais recente Boletim Focus, projeta um crescimento de 1,98%.
A política monetária também segue em alerta com relação à inflação. Segundo o relatório, a taxa acumulada em quatro trimestres deve se manter entre 5,5% e 5,6% ao longo do ano, caindo para 5,1% no último trimestre de 2025 e para 3,7% em 2026. A autoridade monetária aponta que há uma probabilidade de 70% de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar o limite superior da meta inflacionária este ano.
Além disso, o Banco Central ajustou sua projeção para o crescimento do crédito no país. A estimativa agora é de uma expansão de 7,7% em 2025, abaixo dos 9,6% previstos anteriormente. Para as famílias, o crescimento do crédito foi revisado para 8,5%, enquanto para empresas a projeção caiu para 7%.
O relatório destaca que a revisão das estimativas para o crédito reflete um cenário de juros elevados, crescimento econômico mais contido e condições mais restritivas na concessão de financiamentos. A expectativa é de que o mercado de trabalho e o endividamento das famílias continuem influenciando a demanda por crédito ao longo do ano.