Durante cerimônia em homenagem aos 40 anos da morte de Tancredo Neves, em São João del-Rei (MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou um tom firme ao afirmar que o Congresso Nacional precisa voltar sua atenção ao que realmente importa para o povo brasileiro: saúde, educação e segurança pública.
Ao ser questionado sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro, Motta foi direto:
“O Brasil precisa de avanços concretos. A sociedade espera respostas em áreas que impactam diretamente a vida das pessoas.”
Apesar de reconhecer que a anistia é um tema sensível e que divide opiniões dentro da Câmara, o deputado reforçou a necessidade de equilíbrio e diálogo entre os Poderes. Segundo ele, seu papel como presidente da Casa — cargo que ocupa há pouco mais de dois meses — é garantir serenidade institucional, e não se deixar capturar por pressões de ocasião.
📌 A fala de Motta ocorre em meio a uma crescente movimentação da oposição para acelerar a tramitação do projeto de anistia. No último dia 14 de abril, o PL conseguiu protocolar um requerimento de urgência, reunindo 262 assinaturas — número superior ao mínimo necessário. Caso aprovado, o requerimento permite que a proposta vá direto a plenário, sem passar pelas comissões temáticas.
Nos bastidores, no entanto, o tema tem contribuído para desacelerar os trabalhos legislativos. Levantamento mostra que a Câmara, sob Motta, registrou cerca de 48% menos votações nos dois primeiros meses em comparação à gestão de seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL).
🔎 Em um país com gargalos estruturais tão evidentes e urgências tão claras, o presidente da Câmara faz um gesto político e simbólico: recuperar o eixo do debate nacional e reconectar o Parlamento com as prioridades da população.