A possível migração do senador Angelo Coronel (PSD-BA) para a oposição parece já estar desenhando os primeiros contornos de uma retaliação política por parte do grupo que comanda o governo da Bahia há quase duas décadas.
Segundo apuração do Bahia Notícias, integrantes do alto escalão do governo estariam se articulando nos bastidores para enfraquecer a base de Coronel caso ele confirme a saída da base aliada. O plano incluiria desde o corte de cargos ocupados por indicados do senador até o estímulo de candidaturas rivais nas regiões onde ele mantém influência política.
A movimentação acontece num momento em que Coronel vem sinalizando insatisfação com o espaço que ocupa hoje dentro do grupo petista. E mais: nos bastidores, é cogitada até uma eventual candidatura do senador ao governo da Bahia em 2026, o que incomodaria o eixo formado por Jerônimo Rodrigues, Rui Costa e Jaques Wagner — este último sempre lembrado como voz ativa nas decisões do núcleo político.
O governo, por sua vez, monitora cada passo do senador com atenção. Em vez de diálogo político, parece optar por uma estratégia de isolamento e enfraquecimento. Mais um capítulo das tensões internas que vêm rachando, pouco a pouco, a antiga hegemonia da base governista na Bahia.