O governo da Bahia acaba de garantir mais uma autorização de crédito, desta vez no valor de R$ 600 milhões. A aprovação ocorreu nesta terça-feira (6), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), com votos contrários da oposição e do deputado Hilton Coelho (PSOL). O montante será contratado junto à Caixa Econômica Federal e, segundo o Executivo estadual, será destinado a obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
O Projeto de Lei nº 25.741/2025 é o mais recente de uma longa lista. Com ele, já são 16 empréstimos autorizados durante a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT), totalizando mais de R$ 18,2 bilhões em operações de crédito, sem contar outros dois pedidos que tramitam na Casa e somam R$ 4,5 bilhões adicionais.
O volume crescente de endividamento tem incomodado setores da oposição, que acusam o governo de banalizar a relação com a ALBA. “Não sou contra o crédito em si, mas contra o excesso. A Assembleia está virando balcão de liberação automática”, criticou o deputado Robinho (União Brasil). A fala ecoa um incômodo maior: a falta de transparência sobre os impactos dessa dívida futura.
O governo, por sua vez, afirma que os recursos são imprescindíveis para a manutenção de obras, ampliação de rodovias, ações de mobilidade e saneamento em diversas regiões. Mas, até aqui, pouco se fala sobre como, e com que dinheiro, essa conta será paga.
Na prática, o que se vê é um modelo de gestão baseado em antecipação de receitas e acúmulo de dívidas. E se hoje os cofres ainda suportam o peso, o que acontecerá quando os pagamentos baterem à porta, junto com os juros?