“Agora, não me pergunte qual vai ser o custo. Só estou reivindicando que tenha, sim, qualidade”
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) celebrou em entrevista à Rádio Band, nesta quinta-feira (22), a saída da concessionária Via Bahia da administração das BRs-324 e 116, classificando o fim do contrato como uma “festa” para os baianos. Mas o que o cidadão quer saber mesmo é: quanto vai custar o novo pedágio? A resposta? Ficou no ar — mas a estimativa atual aponta para R$25 por veículo.
“Agora, não me pergunte qual vai ser o custo. Só estou reivindicando que tenha, sim, qualidade”, desconversou o governador ao ser pressionado sobre o impacto no bolso dos motoristas.
A Via Bahia, alvo de críticas há anos pela má qualidade do serviço prestado, será indenizada em quase R$1 bilhão com recursos públicos. A conta — como sempre — vai parar no colo do contribuinte. Sai uma empresa que não cuidava, entra uma nova com tarifa mais cara. Troca-se o cansaço, mas o peso segue o mesmo.
🚧 O que vem por aí?
Com a saída da Via Bahia, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) assume interinamente os trechos federais, garantindo serviços básicos como guincho, socorro médico e manutenção emergencial. O Governo da Bahia afirma estar articulando com o Ministério dos Transportes intervenções em pontos críticos, como a ponte interditada sobre o Rio Jequitinhonha e o trecho de Mutum, em estado precário.
O novo leilão da concessão deve ocorrer até o final de 2025, e enquanto isso, a incerteza permanece: a população segue pagando a conta — seja na bomba de combustível, nos pneus desgastados ou, futuramente, num pedágio que pode pesar como nunca no orçamento de quem precisa das rodovias para trabalhar e viver.
🧮 Reflexão Soberana
O fim da Via Bahia era pedido antigo e legítimo. Mas é preciso dizer: pagar mais por aquilo que já se tinha o direito de receber com qualidade não é avanço, é maquiagem de problema estrutural. O povo baiano merece estradas seguras e bem cuidadas — sem precisar vender o carro para bancar o pedágio.