Trabalhadores denunciam descaso e humilhação
A segunda-feira começou com mais um capítulo de descaso no setor de infraestrutura da Bahia. Trabalhadores da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no trecho que corta o município de São Félix do Coribe, paralisaram as atividades em protesto contra atrasos no pagamento de salários por parte do Consórcio Tiisa, responsável pela execução da obra.
Vídeos divulgados nas redes e pelo portal Notícias da Lapa mostram o canteiro de obras bloqueado por máquinas e ônibus, com faixas estampando a frase: “Fechado por falta de pagamento”.
O que se vê nas imagens não é apenas uma paralisação: é o retrato da revolta. Um dos operários afirma que está há 11 meses sem receber os valores devidos pela empresa.
“A gente trabalha igual um condenado, pra depois ficar sem receber”, desabafa, com indignação.
A situação denuncia uma realidade que se repete em diversos canteiros de obras pelo interior: atrasos crônicos, desvalorização da mão de obra e ausência de fiscalização eficaz por parte do Estado. Enquanto se promete desenvolvimento com obras de grande porte, como a Fiol, os trabalhadores seguem desamparados, à margem do progresso que ajudam a construir.
A Fiol é uma das obras mais estratégicas da Bahia, com potencial logístico e impacto direto na economia da região oeste. Porém, sem respeito aos direitos trabalhistas e compromisso com a execução, a promessa vira frustração.
Até o momento, o Consórcio Tiisa não apresentou esclarecimentos públicos. O silêncio da empresa só aumenta a tensão e o sentimento de abandono entre os operários. O espaço permanece aberto para manifestações oficiais.
A Bahia não precisa apenas de obras. Precisa de respeito com quem constrói.