A Universidade Federal da Bahia, um dos maiores símbolos da educação superior no Nordeste, amarga em 2025 sua pior colocação no ranking mundial da CWUR (Center for World University Rankings): 1.024º lugar. No cenário nacional, caiu para a 21ª posição entre as brasileiras. O dado não passou despercebido — e acendeu um alerta que vai além dos muros da universidade.
Mais do que números, o que está em jogo é o prestígio de uma instituição que já foi referência nacional em diversas áreas. Entre estudantes, professores e ex-alunos, cresce a preocupação: o nome UFBA ainda carrega o mesmo peso de antes? Ainda abre portas no mercado de trabalho? Ainda inspira confiança?
Apesar do baque no ranking global, a universidade mantém certo fôlego em avaliações regionais. No ranking QS América Latina, por exemplo, subiu para a 67ª colocação, o que mostra que ainda há reconhecimento e busca por sua formação na região. Mas mesmo esses dados positivos não escondem o cenário real enfrentado por quem vive a UFBA todos os dias.
Com salas superlotadas, estrutura desgastada e orçamento apertado, estudantes relatam dificuldade em manter a qualidade da formação. Muitos buscam alternativas fora da universidade para complementar os estudos. Mesmo assim, a maioria reconhece que o diploma da UFBA ainda tem valor — mas admitem: o prestígio resiste, mas está sendo posto à prova.
A queda nos rankings é sintoma de algo maior. Não se trata apenas de um problema da UFBA, mas de um retrato do ensino superior público no Brasil. Cortes, abandono estrutural, desvalorização docente e burocracia têm minado instituições que antes eram motores de transformação.