Durante mais de duas décadas, a BA-210, que corta a cidade de Juazeiro, foi símbolo do abandono, das promessas vazias e do silêncio dos governos petistas. A cada campanha, a mesma promessa: o asfalto viria. Mas o que chegou, ano após ano, foram buracos, poeira e tragédias.
Em 2017, sob a gestão de Rui Costa, o anúncio da pavimentação foi celebrado. Só que, na prática, a população seguiu enfrentando uma estrada esburacada, escura e perigosa. Acidentes se multiplicaram. Famílias enterraram filhos, pais, irmãos. Vidas perdidas em curvas mal sinalizadas e trechos intransitáveis. O que o governo respondeu? Nada.
A BA-210 se tornou um retrato cruel do descaso. Um lugar onde o tempo passou, mas a obra não. Onde a ausência do Estado cobrou um preço alto — pago com vidas.
Somente agora, às vésperas de uma nova eleição, o governo Jerônimo corre para cortar fitas e posar para fotos. Como se uma inauguração tardia pudesse apagar a dor de quem chorou no asfalto rachado.
Juazeiro não esquece. Porque cicatriz não se cobre com propaganda. E dignidade não se recupera com obra feita por interesse eleitoral.