A saúde pública da Bahia mergulha em mais um capítulo preocupante. A partir da meia-noite do dia 31 de julho, médicos vinculados ao Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) irão suspender todos os atendimentos eletivos — tanto clínicos quanto cirúrgicos — em cinco dos principais hospitais públicos da capital.
A decisão foi tomada em assembleia no dia 24, após denúncias de uma possível manobra da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab): mais de 500 médicos contratados em regime CLT estariam sendo desligados para serem recontratados como pessoas jurídicas (PJ). A mudança compromete direitos trabalhistas e gera instabilidade para os profissionais que atuam na linha de frente do atendimento à população.
A paralisação afetará os seguintes hospitais:
Maternidade Albert Sabin
Maternidade Tsylla Balbino
IPERBA
Hospital Geral Roberto Santos (HGRS)
Hospital Geral do Estado (HGE)
Além dos procedimentos eletivos, também serão suspensos os atendimentos classificados como “fichas verdes e azuis” — casos de menor gravidade, mas que impactam diretamente o fluxo de atendimento nas unidades.
A medida extrema, aprovada por unanimidade pelos médicos, é reflexo de uma longa frustração nas tentativas de diálogo com o Governo do Estado. Segundo o Sindimed, não há garantias de que os direitos trabalhistas serão preservados com a suposta mudança contratual, e muito menos houve transparência no processo.
💬 Mais uma vez, quem paga a conta é o povo.
Famílias que aguardavam por cirurgias, gestantes em busca de segurança e pacientes que dependem do SUS enfrentarão o peso de uma decisão que poderia ser evitada com gestão responsável.
O que está em jogo vai além de um modelo de contrato: é a dignidade do profissional de saúde e o direito do cidadão a um atendimento digno.