Enquanto o presidente Lula tenta manter sua base de apoio minimamente coesa, dois pilares do chamado Centrão estão prontos para pular fora do barco: Progressistas (PP) e União Brasil já traçam o plano para abandonar oficialmente o governo e retomar o protagonismo da oposição.
Segundo o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, a partir de agosto quem continuar ocupando cargos no governo terá que deixar o partido. A decisão é clara: ou fica com Lula, ou com o partido. Os dois, não dá mais.
A movimentação acontece num momento em que os partidos finalizam a formação da federação PP-União Brasil — que, somados, reúnem a maior bancada do Congresso Nacional. E a ideia da cúpula é cristalina: criar identidade própria, com independência e posicionamento firme, mirando 2026.
“Estamos construindo um projeto político que vai além do toma lá, dá cá. O Brasil precisa de uma liderança que não se acomode ao poder, mas que proponha caminhos”, afirmou Nogueira.
🔍 Por trás do rompimento: incômodo crescente e pragmatismo eleitoral
A gota d’água para muitos parlamentares foi o desgaste constante com medidas do governo que impactam diretamente no bolso da população e nos cofres de estados e municípios — como o debate sobre a reoneração da folha e o aumento de impostos. O Centrão está cansado de arcar com o ônus sem participar de verdade do bônus.
Apesar de ainda abrigarem ministros no primeiro escalão — como André Fufuca (PP) no Esporte —, os partidos já sinalizam que os dias de apoio morno estão contados.
🧭 Rumo a 2026: projeto nacional, longe do PT
Com o cenário se afunilando entre nomes como Tarcísio de Freitas e Flávio Bolsonaro, a federação que une PP e União Brasil quer entrar no jogo com musculatura política e discurso afinado. A meta é clara: romper com o PT, disputar o centro e se posicionar como alternativa real de poder.
📌 Em resumo:
A partir de agosto, cargos no governo serão incompatíveis com filiação ao PP ou União Brasil.
A federação entre os dois partidos será o maior bloco do Congresso.
O objetivo é preparar terreno para candidatura própria em 2026.
A decisão é pragmática, ideológica e estratégica: o Centrão quer se reposicionar.