O clima político no Ceará começa a ferver antes mesmo de 2026. A base do governador Elmano de Freitas (PT) está dividida com seis pré-candidatos de dentro do próprio grupo disputando apenas duas vagas ao Senado.
A novidade que mexeu com o tabuleiro foi a entrada de Domingos Filho, presidente do PSD no Ceará. O movimento não veio sozinho: o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, condicionou o apoio ao PT no estado à cessão de uma das vagas de senador ou do posto de vice-governador na chapa de Elmano.
Além de Domingos Filho, estão na disputa Júnior Mano (PL), Eunício Oliveira (MDB), José Guimarães (PT), Chagas Vieira e Chiquinho Feitosa. Todos com histórico político relevante, todos de olho no mesmo espaço.
A pressão do PSD não é apenas local. Nacionalmente, Kassab busca ampliar a força da sigla em articulações que passam por alianças com Lula e também com governadores estratégicos do Nordeste. Mas a conta não fecha sem desgaste: cada nome lançado aumenta o risco de fragmentar votos e abrir caminho para adversários de fora da base.
Para o Palácio da Abolição, o desafio é equilibrar apoios sem romper pontes. Para os partidos aliados, o recado é claro: 2026 será uma eleição onde fidelidade política terá preço — e não será baixo.
No fim, a disputa cearense é um retrato fiel do momento vivido em parte do Nordeste: alianças governistas tensionadas, partidos cobrando espaço e uma direita atenta às brechas que surgirem. E, como sempre, quem decide mesmo o jogo é o eleitor.