A cena política baiana ganhou novos elementos de tensão com a movimentação do deputado federal Ricardo Maia (MDB-BA), apontada pelo jornal A Tarde como um possível “aceno” à oposição. A publicação, que o apelidou de “Judas Maia”, sugere que o parlamentar — conhecido por seu perfil de liderança local com traços coronelistas — estaria ajustando sua bússola política em direção ao bloco oposicionista.
Segundo a análise, a estratégia teria motivação pragmática: perceber que a oposição vem em trajetória ascendente, liderando pesquisas de intenção de voto e apresentando desempenho superior ao de 2022. Neste cenário, uma aproximação agora poderia elevar o “valor político” de Maia, que, conforme a reportagem, estaria em baixa nos últimos meses.
O movimento, no entanto, não parece preocupar o governo estadual, que adota tom de indiferença. Já na oposição, o gesto é visto com bons olhos. A possível adesão de Maia é lida como reforço de peso para um grupo que busca consolidar sua ascensão.
Mais do que uma simples troca de lado, a situação expõe o funcionamento do jogo político na Bahia: alianças são moldadas por conveniência, capital político e percepção de força momentânea. No xadrez eleitoral, cada aproximação é medida pelo impacto que pode gerar nas urnas e no equilíbrio de poder. E, nesse tabuleiro, o “Judas Maia” pode acabar sendo tanto um trunfo quanto uma peça descartável — dependendo de como jogar suas próximas movimentações.