O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), jogou luz sobre a eleição presidencial de 2026 com um discurso direto e sem meias palavras. Em evento em São Paulo, diante de cerca de 1.500 apoiadores, ele cravou: “vamos varrer o PT do mapa”.
Não foi apenas uma frase de efeito, mas a abertura oficial de uma narrativa que pretende ocupar espaço no eleitorado antipetista. Zema assume a bandeira da ruptura e fala em libertar o Brasil de abusos do Supremo — citando Alexandre de Moraes — e de uma máquina pública que, segundo ele, aprisiona o cidadão em impostos, assistencialismo e dependência.
A pré-campanha traz elementos conhecidos: crítica ao “Estado inchado”, ao alinhamento internacional com regimes do BRICS, e ao risco de o país se transformar em “narcoestado”. Zema resgata e reforça a linguagem do bolsonarismo, mas tenta dar a ela um tom mais “liberal” e menos personalista. A aposta é simples: ocupar o espaço de alternativa à direita sem ficar preso ao carisma de Bolsonaro.
O discurso também mostra que 2026 não será uma eleição morna. O PT já está definido como alvo central, e a guerra política deve girar em torno de quem melhor representa a ideia de “anti-PT”. Ao cravar que a sua candidatura é a da “libertação”, Zema busca construir uma identidade clara para disputar com nomes como Tarcísio de Freitas e outros presidenciáveis da oposição.
No fim das contas, o lançamento da pré-candidatura revela mais que intenções eleitorais: mostra o grau de polarização que continuará marcando o Brasil. O debate que deveria ser sobre propostas concretas — emprego, segurança, educação — começa novamente com a lógica do inimigo a ser derrotado.
Se Zema vai ou não “varrer o PT do mapa”, só as urnas dirão. Mas uma coisa já está certa: a disputa de 2026 começou, e começou em tom de guerra.