A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que deveria ser os “olhos e ouvidos” do Estado, vive às cegas. Servidores denunciam um cenário de sucateamento e más condições de trabalho sob a gestão do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Segundo a União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis), o orçamento da Abin chegou ao menor nível dos últimos 14 anos. Um dado que por si só explica a sensação de abandono. Em meio a crises internacionais e ameaças crescentes, a agência admite não ter condições de “mover um dedo” para proteger a soberania nacional.
O problema não para aí. Há ainda uma disputa interna de poder: a Polícia Federal estaria assumindo funções que antes eram da Abin, esvaziando ainda mais a relevância do órgão. Resultado: uma instituição estratégica, que deveria atuar de forma silenciosa e eficaz, se tornou refém da própria fragilidade.
No Congresso, cresce a pressão para que Rui Costa seja convocado a dar explicações. Não é de hoje que o ministro é acusado de centralizar poder e gerir com mão de ferro — mas, quando a inteligência nacional denuncia abandono, o alerta é grave.
O que está em jogo não é apenas a dignidade dos servidores. É a segurança do país. Uma Abin enfraquecida abre brechas perigosas, num momento em que o Brasil deveria fortalecer, e não desmontar, suas estruturas de Estado.
A verdade é que Rui Costa, que sempre vendeu a imagem de gestor eficiente, agora é apontado como responsável por um setor essencial que caminha a passos largos para a irrelevância. E sem inteligência ativa, o país fica exposto — não só ao inimigo externo, mas também ao caos interno.