O que deveria ser exceção virou rotina no governo Lula. Entre 2023 e 2025, R$ 336,9 bilhões em despesas foram retirados da meta fiscal com a justificativa de que seriam “gastos extraordinários”. Na prática, virou uma manobra recorrente para ampliar despesas sem estourar oficialmente o teto de responsabilidade.
A fatura bilionária
Segundo levantamento da Gazeta do Povo, os valores são expressivos:
2023: R$ 241,2 bilhões fora da meta (Precatórios, Bolsa Família via PEC da Transição e Lei Paulo Gustavo).
2024: R$ 33,7 bilhões (calamidade no RS, queimadas, reajustes do Judiciário e gastos com estatais).
2025: R$ 61,8 bilhões (Precatórios, estatais e socorro ao tarifaço).
Somando os três anos, a conta chega a quase R$ 337 bilhões — um valor que pressiona o caixa do Estado e repercute diretamente no bolso do contribuinte.
O impacto no dia a dia
O reflexo dessas manobras não é apenas contábil. Mais gastos fora da meta significam juros mais altos, dólar pressionado e crédito mais caro para quem produz. É o país ficando mais pesado para quem trabalha, enquanto Brasília segue empurrando privilégios e contas para a frente.
A crítica dos especialistas
Analistas alertam que o uso constante de “exceções” mina a credibilidade fiscal do Brasil. O que era para ser um recurso raro se transformou em mecanismo permanente, corroendo confiança e ampliando a percepção de risco. Em outras palavras: o governo faz de conta que respeita a regra, mas a contorna sistematicamente.
A escolha política
O problema não está apenas no tamanho do gasto, mas no sinal que ele passa: de que não há prioridade em cortar privilégios, apenas em gastar mais. Enquanto hospitais sofrem com falta de estrutura, a educação patina e a segurança se deteriora, a máquina pública encontra espaço para driblar limites e acomodar interesses.
No fim das contas, a retórica de responsabilidade fiscal não resiste ao teste da realidade. O governo amplia despesas, terceiriza os custos e quem paga a fatura é o brasileiro comum — aquele que sente no bolso o peso dos juros, do crédito caro e da inflação.