O encontro entre o senador Otto Alencar (PSD) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT), realizado nesta terça-feira (2) em Salvador, ganhou repercussão política, mas foi rapidamente esvaziado pelo próprio Otto. Segundo ele, o motivo da visita não teve qualquer relação com a sucessão de 2026, nem com o futuro de Ângelo Coronel (PSD), atual senador que terá sua vaga em disputa no próximo pleito.
“Fui lá para dar ordem de serviço. Esse negócio de Coronel só vai ser o ano que vem. Não tem nada de Coronel”, disse Otto, numa tentativa clara de afastar especulações.
Apesar da negativa, o encontro não é neutro. O senador tratou de obras estratégicas para o estado, como o terminal de Tanquinho de Lençóis, além de destinar emendas para a área da saúde. Otto reforçou que foi uma reunião rápida, chegando ao gabinete do governador perto do meio-dia e saindo logo em seguida.
A visita ocorre em meio à movimentação da base governista pela formação de chapas para 2026. Na corrida pela vaga ao Senado, além de Coronel, nomes como Rui Costa e Jaques Wagner aparecem como potenciais candidatos apoiados pelo PT. Otto, por sua vez, adota cautela: não quer entrar agora no tabuleiro, mas não deixa de se posicionar estrategicamente em torno de investimentos que fortalecem sua imagem.
No fim, o recado é duplo: Otto diz que não fala de eleição, mas sua presença no centro do poder em Salvador revela que, mesmo em clima de “ordem de serviço”, cada movimento é calculado e cada gesto tem reflexo no jogo sucessório.
