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Pix Automático: avanço tecnológico ou nova armadilha para o bolso do brasileiro?
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Pix Automático: avanço tecnológico ou nova armadilha para o bolso do brasileiro?

O Banco Central divulgou que o Pix Automático, lançado em junho de 2025, já registrou 29 mil operações em apenas dois meses. A ferramenta permite que o cidadão programe pagamentos recorrentes — como contas de água, energia, escola, condomínio ou academia — de forma automática, sem precisar lembrar da data de vencimento.

Na prática, o usuário autoriza, pelo aplicativo do banco, que a cobrança seja feita todo mês. Pode definir valores máximos, condições de débito e até permitir que o sistema tente novamente caso não haja saldo. É o fim dos boletos esquecidos? Talvez. Mas também é a ampliação de um problema recorrente: o risco de endividamento num país em que milhões de famílias já vivem no vermelho.

O discurso oficial enaltece a “comodidade” e a “modernização dos serviços financeiros”. Porém, o mesmo BC admite que o Brasil enfrenta uma inadimplência recorde, com juros altos e crédito caro. Nesse contexto, automatizar despesas pode significar menos controle e mais sufoco no orçamento doméstico.

A novidade é apenas a primeira de uma série de atualizações prometidas. O Pix Parcelado, previsto para setembro, vai permitir dividir compras em parcelas — uma espécie de “cartão de crédito disfarçado”. Em outubro, entra em vigor a contestação de transações diretamente no app, e, em 2026, está programado o Pix em Garantia, que permitirá às empresas usar recebíveis futuros como colateral para crédito.

Se por um lado o Pix Automático é um passo natural na digitalização dos pagamentos, por outro revela um Estado que empurra soluções tecnológicas sem enfrentar o problema central: a desigualdade no acesso ao crédito, o descontrole das finanças públicas e o custo altíssimo do dinheiro no Brasil.

A pergunta que fica é simples: estamos diante de um avanço para facilitar a vida do cidadão ou de mais um mecanismo para alimentar bancos e credores, numa engrenagem que segue esmagando o povo?

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