A mais recente pesquisa Ipsos/Ipec trouxe um dado que o Planalto tenta comemorar, mas que revela o tamanho do desafio do governo petista: a aprovação de Lula subiu para 44%, enquanto a desaprovação caiu para 51%. Ou seja, mesmo com a melhora, a maioria dos brasileiros ainda rejeita a forma como o presidente conduz o país.
A pesquisa mostra o retrato de um Brasil dividido. Lula mantém apoio principalmente entre os mais pobres, católicos e moradores do Nordeste — justamente os grupos que tradicionalmente sustentaram o PT nas urnas. Entre famílias que vivem com até um salário-mínimo, 54% aprovam sua gestão. Já no Nordeste, berço histórico do lulismo, a aprovação chega a 63%.
Do outro lado, a resistência é forte. Entre os que votaram em Jair Bolsonaro em 2022, 85% desaprovam Lula. A rejeição também é maior entre evangélicos (63%), pessoas com renda acima de cinco salários-mínimos (63%) e moradores do Sul (65%). O recado é claro: quanto mais alta a renda e quanto mais distante do Nordeste, maior a insatisfação.
O dado mais simbólico é que, mesmo após quase três anos de mandato e com programas bilionários de transferência de renda e crédito, Lula ainda não conseguiu virar o jogo da percepção nacional. O aumento de alguns pontos percentuais na aprovação mostra fôlego, mas a desaprovação majoritária expõe o desgaste e a dificuldade de reconquistar a confiança de um país marcado por frustrações e crises.
No fim, a pesquisa reforça a polarização que segue viva: Lula mantém seu eleitorado cativo, mas enfrenta resistência em expandir sua base. A guerra de narrativas continua, e o termômetro das ruas ainda pesa mais contra do que a favor do presidente.





