A novela das contas públicas em Camaçari ganhou mais um capítulo. A Comissão Especial da Câmara Municipal decidiu rejeitar as contas do ex-prefeito Luiz Carlos Caetano referentes ao exercício de 2012. O parecer foi construído a partir do documento do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), mas a conclusão final destoou do tribunal.
O processo nº 08922/13, relatado pelo conselheiro Nelson Pelegrino, havia recomendado aprovação com ressalvas. Porém, para os vereadores, as irregularidades eram mais graves do que simples observações técnicas. O relatório da Câmara apontou gastos excessivos com publicidade, falhas em licitações e contratações e uma série de outras ações administrativas vistas como problemáticas e prejudiciais ao interesse público.
O contraste entre a posição do TCM e a decisão da Câmara revela a disputa de narrativas em torno da gestão Caetano. Para além das tecnicalidades jurídicas, o episódio expõe a velha fragilidade do controle dos recursos públicos e coloca em evidência os métodos administrativos que marcaram a passagem do ex-prefeito pelo comando do município.
No fim das contas, o recado da Câmara foi direto: a política em Camaçari não pode se acostumar com a lógica do “aprova-se com ressalvas” quando há indícios claros de descontrole e mau uso do dinheiro público.





