O governo Lula sofreu mais um desgaste político nesta sexta-feira (26). Celso Sabino, ministro do Turismo desde agosto de 2023, entregou o cargo após determinação do União Brasil, partido ao qual é filiado, para que seus quadros se desligassem da gestão federal em até 24 horas.
Sabino era o último representante do União Brasil na Esplanada e chegou a tentar permanecer via licença partidária até 2026, quando pretendia disputar vaga no Senado. Mas a pressão da legenda foi categórica: ou saía imediatamente ou enfrentaria processo por infidelidade.
Com a saída, o governo Lula perde não apenas um ministro, mas a ponte formal com o União Brasil, partido considerado peça-chave no xadrez político nacional. A decisão escancara a dificuldade do Planalto em manter alianças com legendas de centro, que já se articulam para 2026 sem a presença do PT.
O movimento também simboliza a crise de confiança dentro da própria base: Sabino sai apontando o dedo para a política de barganhas e deixando claro que a fidelidade partidária fala mais alto que qualquer composição ministerial.
No cenário mais amplo, a renúncia fragiliza o governo e fortalece o discurso da oposição, que agora ganha fôlego para explorar o isolamento político de Lula. Para o União Brasil, a demissão marca a consolidação da estratégia de se distanciar da esquerda e se posicionar como alternativa viável ao eleitorado de centro.
O recado é claro: quem aposta na base do governo já não encontra terreno firme. E 2026 se aproxima com um campo de alianças cada vez mais disputado.
