Hospital de Brumado em colapso

Pacientes no chão e em macas improvisadas expõe o caos na saúde

A superlotação no Hospital Municipal Professor Magalhães Neto, em Brumado, se transformou em um símbolo da precariedade da saúde pública no interior da Bahia. Nos últimos dias, imagens impactantes mostraram pacientes sendo atendidos em corredores, deitados em macas improvisadas, evidenciando a insuficiência de leitos e a sobrecarga do sistema.

Relatos de pacientes revelam a gravidade da situação. Uma mulher afirmou ter recebido atendimento no corredor, mesmo reconhecendo o esforço de médicos e especialistas que, segundo ela, “fazem o que podem”. O problema, porém, não está na dedicação dos profissionais, mas na falta de estrutura para absorver a demanda.

O secretário municipal de Saúde, Danilo Souza, admitiu a falha e anunciou medidas emergenciais, como a contratação de novos profissionais para tentar reduzir o tempo de espera. Ainda assim, a solução apresentada não ataca o ponto central: a necessidade urgente de ampliação e modernização da unidade hospitalar.

A questão não é nova. Moradores da zona rural, que dependem quase exclusivamente do hospital, cobram há anos a reestruturação do pronto-socorro e o aumento do número de leitos. Apesar de anúncios pontuais da prefeitura sobre contratações e promessas de melhorias, a realidade é que os corredores seguem sendo palco de dor, angústia e improviso.

O episódio em Brumado acende um alerta maior: até quando a população do interior da Bahia vai conviver com um sistema de saúde que não responde às suas necessidades mais básicas? O problema não se restringe a um município; é reflexo de uma política pública que ainda falha em garantir o mínimo — atendimento digno para quem mais precisa.