O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou oficialmente sua saída do Partido dos Trabalhadores após mais de dez anos de militância. A decisão marca um movimento significativo no tabuleiro político, sobretudo pelo peso que Prates carrega dentro do Rio Grande do Norte e pela projeção nacional que ganhou ao assumir a estatal no início do governo Lula, em 2023.
Segundo o próprio Prates, a ruptura não está diretamente relacionada à sua saída da presidência da Petrobras — da qual foi afastado em 2024 após divergências políticas com integrantes do governo —, mas sim à falta de espaço e participação interna no diretório estadual do PT potiguar. Ele acusou setores da legenda de tomarem decisões sem diálogo, o que teria inviabilizado sua permanência.
De olho em 2026, Prates já mantém conversas com MDB e PDT, partidos que sinalizam interesse em apoiá-lo numa possível candidatura ao Senado. Sua entrada em outra sigla pode reconfigurar alianças no Nordeste, região estratégica para qualquer projeto presidencial.
A saída expõe fissuras no PT, que, mesmo governando o país e mantendo hegemonia em estados do Nordeste, precisa administrar insatisfações internas e disputas locais. No caso de Prates, trata-se de um quadro com capital político, experiência e visibilidade, que agora se coloca no mercado político à disposição de novas composições.
O rompimento, portanto, não é apenas uma questão pessoal, mas um sinal de como partidos tradicionais enfrentam dificuldades em gerir espaços de poder diante de lideranças que se sentem marginalizadas. O próximo passo de Jean Paul Prates poderá revelar muito sobre o futuro das alianças no Senado e sobre a disputa de 2026.





