O senador Jaques Wagner (PT-BA) reacendeu o debate sobre o tempo de mandato presidencial no Brasil. Em entrevista recente, o petista defendeu a adoção de um mandato único de cinco anos, sem direito à reeleição, como forma de “melhorar a governabilidade” e “reduzir a polarização política”.
Para Wagner, o modelo atual — com quatro anos e possibilidade de recondução — cria uma dinâmica de governo voltada mais para a reeleição do que para a gestão.
“O presidente governa dois anos e passa os outros dois pensando na eleição seguinte. Isso não é saudável”, afirmou.
O senador baiano argumenta que o Brasil precisa discutir o tema com seriedade, lembrando que outros países adotam mandatos mais longos e sem reeleição, o que, segundo ele, fortalece o sistema democrático e a estabilidade institucional.
A proposta não é nova. Wagner já havia se posicionado dessa forma em outras ocasiões, alinhando-se a figuras históricas do PT, como José Dirceu, que também defendia o fim da reeleição presidencial.
Embora a ideia encontre resistência entre setores que veem na reeleição uma ferramenta de continuidade administrativa, Wagner acredita que o momento é propício para repensar o modelo político brasileiro.
“É um debate que precisa amadurecer. Talvez seja hora de dar um passo adiante na democracia”, concluiu.
O tema, porém, surge em meio ao aquecimento político para 2026, ano em que o PT buscará manter o poder com Lula ou um sucessor. A fala de Wagner reforça seu papel de articulador e voz moderada dentro do partido — e abre mais uma frente de discussão sobre o equilíbrio de poder no país.





