O sábado (4) terminou em confusão no centro de Salvador. Durante a tradicional Marcha da Maconha, um policial militar usou spray de pimenta contra manifestantes, segundo relatos e vídeos publicados nas redes sociais.
O ato, que ocorre anualmente em defesa da descriminalização da cannabis e de políticas públicas sobre drogas, foi marcado pela tensão e pela reação indignada de participantes. Um dos organizadores do evento, o professor e militante do PSOL, João Câncio, denunciou a ação e classificou o episódio como “repressão covarde”. Em vídeo, Câncio afirmou:
“Foi uma violência gratuita. A PM agiu com autoritarismo, mais uma vez, a serviço de um governo que diz ser democrático. É a polícia genocida do governo Jerônimo Rodrigues.”
Nas imagens que circulam online, é possível ver pessoas esfregando os olhos e tentando se afastar da nuvem de spray lançada pelo agente.
O episódio reacende o debate sobre abuso de autoridade e protocolos de uso progressivo da força em manifestações públicas. Grupos de direitos humanos e coletivos antiproibicionistas cobraram explicações da Secretaria de Segurança Pública e do próprio governador Jerônimo Rodrigues, cujo governo vem sendo criticado por episódios de violência policial em eventos civis.
A Marcha da Maconha, realizada desde 2003 em Salvador, é considerada um dos maiores atos do tipo no Nordeste e costuma reunir jovens, ativistas e entidades em defesa da liberdade individual e da revisão das políticas de drogas.
Com a repercussão, internautas voltaram a questionar a coerência do discurso progressista do governo baiano frente à realidade das ruas, onde ações policiais desproporcionais seguem sendo registradas.

