O ex-prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, oficializou sua entrada no comando estadual do Partido Democracia Cristã (DC), legenda de número 27, conhecida nacionalmente pelas candidaturas presidenciais de José Maria Eymael. A nova missão vem com um desafio claro: reconstruir o espaço político da sigla e garantir maior representatividade para o interior baiano, especialmente para Feira, segundo maior colégio eleitoral do estado.
Em entrevista ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, Colbert destacou que o objetivo é ampliar a voz dos feirenses nos âmbitos estadual e federal. “Feira já teve cinco deputados federais. Somos mais de 400 mil eleitores, mas só temos um representante. É preciso fortalecer a cidade e manter os votos aqui”, afirmou o ex-prefeito, em referência ao deputado Zé Neto (PT), único nome da cidade com assento na Câmara Federal.
Atualmente, o DC atravessa um período de baixa representatividade política. O partido não elegeu deputados federais em 2024, tampouco possui cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Em Salvador, dois vereadores ainda mantêm vínculo com a legenda, mas em Feira de Santana o partido segue sem representação parlamentar.
Apesar do novo posto, Colbert evitou antecipar qualquer intenção pessoal de candidatura em 2026. Segundo ele, as decisões sobre o futuro eleitoral serão tomadas em conjunto com o grupo político liderado por ACM Neto, Bruno Reis e Zé Ronaldo, todos integrantes do União Brasil — sigla sucessora do antigo DEM.
O movimento, discreto mas estratégico, recoloca Colbert no tabuleiro político baiano, num momento em que Feira tenta recuperar protagonismo e voz na política estadual. A missão à frente do Democracia Cristã será tanto partidária quanto simbólica: reconstruir pontes e garantir que a segunda maior cidade da Bahia volte a ter peso nas decisões que moldam o futuro do estado.
🧭 Análise Soberana
O gesto de Colbert vai além da reorganização de uma legenda minoritária. Representa a tentativa de reposicionar Feira de Santana como força política regional após anos de esvaziamento institucional. Num cenário onde grandes cidades do interior buscam autonomia frente às capitais, a escolha de liderar o DC pode ser vista como movimento tático — não para 2026 apenas, mas para o redesenho das forças locais a médio prazo.





