O xadrez político da Bahia começa a se movimentar com força em direção a 2026. As recentes declarações de Rui Costa e Jaques Wagner, dois dos principais nomes do PT baiano, acenderam o alerta dentro da base governista e colocaram o senador Ângelo Coronel (PSD) em uma posição delicada.
Ambos os petistas sinalizaram a intenção de formar uma chapa “puro sangue” ao Senado Federal, com Wagner disputando a reeleição e Rui buscando a outra vaga, deixando Coronel de fora da composição governista.
⚙️ Um tabuleiro que muda de lado
Com a sinalização de que pode perder espaço, Ângelo Coronel, que também pretende renovar o mandato, começa a ser empurrado para fora da base do governo. A possível exclusão abre caminho para um rearranjo político que pode reposicionar o senador no campo oposicionista.
O movimento favorece a aproximação com o grupo de ACM Neto (União Brasil), que tem o controle de uma ampla estrutura política no estado. Com cerca de 115 prefeitos na Bahia, o PSD — partido de Coronel — poderia reforçar seu peso político numa aliança velada com a oposição, redesenhando as forças em torno da disputa pelo Senado.
Enquanto isso, o ex-ministro João Roma (PL) surge como nome provável da oposição para ocupar a outra vaga, consolidando o campo contrário ao PT com dois nomes de peso — Roma e Coronel.
🔁 Marcelo Nilo e o efeito dominó
No meio desse novo cenário, quem também vê sua posição enfraquecida é o ex-deputado Marcelo Nilo, que teria de disputar preferência entre Coronel e Roma.
A indefinição sobre seu espaço político acirra as tensões internas. Em entrevista recente, Geddel Vieira Lima foi direto: “aposto com quem quiser que Marcelo Nilo não terá espaço na chapa da oposição.”
🧠 O que está em jogo
O movimento do PT em manter uma chapa entre Rui e Wagner mostra que o partido pretende concentrar forças e blindar seu núcleo histórico na disputa pelo Senado, mas o efeito colateral pode ser alto.
Ao empurrar Ângelo Coronel para fora da base, o governo arrisca perder um aliado experiente e com forte capilaridade municipal, além de fortalecer, indiretamente, a oposição liderada por ACM Neto e João Roma.
O cenário confirma: a corrida por 2026 já começou, e o PT pode estar abrindo espaço para o avanço da oposição dentro do próprio terreno.





