O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a comentar o atraso nas obras da nova rodoviária de Salvador, um dos principais empreendimentos de mobilidade urbana do Estado. Apesar da cobrança crescente da população e da oposição, o petista minimizou o problema e disse que o terminal atual ainda é capaz de atender à demanda.
Segundo Jerônimo, o novo equipamento — em construção às margens da BR-324 — será maior, mais moderno e integrado ao metrô e ao futuro VLT. Ele afirmou que o governo segue “monitorando de perto” o andamento das obras e que a empresa contratada poderá sofrer sanções e multas caso não cumpra os prazos estabelecidos.
“A gente está acompanhando. Se houver descumprimento contratual, o governo vai agir”, afirmou o governador.
A fala de Jerônimo ocorre em meio a críticas sobre a lentidão de grandes projetos estaduais e à insatisfação de setores empresariais com os atrasos na entrega de obras estratégicas. O governo havia prometido a conclusão da rodoviária ainda em 2024, mas o cronograma já foi adiado mais de uma vez.
🏗️ A nova aposta: SePonte
Na tentativa de virar a pauta e mostrar gestão, Jerônimo revelou detalhes da criação da Secretaria da Ponte Salvador–Itaparica (SePonte), órgão que será responsável por coordenar o projeto bilionário da ponte que ligará a capital à Ilha de Itaparica.
O governador afirmou que na quinta-feira (23) fará um pronunciamento oficial para anunciar a publicação da lei que cria a secretaria e apresentará os nomes que irão compor a equipe. O novo órgão deverá concentrar as articulações com o consórcio chinês responsável pelo contrato e acelerar os estudos de viabilidade técnica e ambiental.
⚙️ Contexto político
As declarações de Jerônimo têm peso político num momento em que o governo enfrenta críticas sobre paralisia administrativa e falta de entregas concretas. Após quase dois anos de gestão, o petista ainda tenta consolidar uma marca própria diante da longa sombra deixada pelos governos de Rui Costa e Jaques Wagner.
A SePonte surge como uma jogada estratégica: sinaliza continuidade do projeto mais simbólico do PT na Bahia — a ponte Salvador–Itaparica — e tenta renovar o discurso de desenvolvimento e integração regional.
Mas, enquanto o governo fala em planejamento, os baianos seguem cobrando execução. A nova rodoviária, a ponte e outras obras se tornaram símbolos do desafio de um governo que prometeu acelerar o Estado, mas ainda luta contra o relógio.





