Investigações apontam uso de empresas de fachada e contratos fictícios em esquema que envolveu recursos da educação, saúde e assistência social em cidades do interior baiano.
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, uma operação de combate ao desvio de verbas públicas na Bahia, tendo como alvos principais prefeitos filiados ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). As investigações, conduzidas em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), revelam um sofisticado esquema de corrupção que teria desviado mais de R$ 12 milhões dos cofres públicos entre 2021 e 2023.
De acordo com os autos, os prefeitos Dr. Pedrinho (Encruzilhada) e Dona Nilda (Poções) estão entre os investigados. A PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em municípios como Poções, Encruzilhada, Barreiras e Vitória da Conquista. O grupo é acusado de contratar empresas de fachada para prestação de serviços inexistentes, além de superfaturar obras e utilizar familiares e intermediários para movimentar recursos ilícitos.
O dinheiro desviado teria origem em fundos federais de educação (Fundeb), saúde (SUS) e assistência social (FNAS). Segundo a CGU, parte dos contratos investigados apresentava irregularidades como ausência de estudos técnicos, pagamentos antecipados e incompatibilidade entre valores pagos e serviços executados.
A operação, batizada de “Pedra sobre Pedra”, representa mais um capítulo das investigações que vêm expondo a fragilidade do controle de recursos federais repassados a municípios baianos.
Enquanto as prefeituras mantêm o silêncio, cresce a cobrança por transparência e responsabilização. Especialistas alertam que a reincidência de casos desse tipo mina a confiança da população na política e aprofunda a descrença na gestão pública.
💬 “É revoltante ver recursos destinados à educação e à saúde sendo desviados enquanto escolas e hospitais enfrentam carências básicas. O povo da Bahia paga caro pela corrupção”, disse um morador de Poções ao portal O Soberano da Bahia.
📍 Contexto político
O caso também gera desconforto dentro da base aliada do governo estadual, já que o PCdoB integra o bloco político que sustenta o governador Jerônimo Rodrigues (PT). O episódio reacende o debate sobre o uso político de verbas públicas e o enfraquecimento do discurso de “gestão eficiente” sustentado por partidos da base petista na Bahia.





