O governo Lula sofre mais uma baixa simbólica e política.
A ministra Anielle Franco, nomeada para representar a pauta da igualdade racial, decidiu antecipar sua saída do ministério para priorizar sua candidatura a deputada federal em 2026.
O gesto, ainda que revestido de discurso estratégico, soou como um movimento eleitoral típico de quem já perdeu a fé na gestão que integra.
⚖️ Um “projeto de poder” disfarçado de idealismo
Ao antecipar a saída antes do prazo legal, Anielle expõe um dos maiores calcanhares de Aquiles do governo: a incapacidade de reter lideranças e manter coesão interna.
A justificativa de “fortalecer a base eleitoral” caiu como um banho frio em parte da base progressista — e reforçou a percepção de que os ministérios se tornaram trampolins políticos, não espaços de transformação social.
O discurso de inclusão, diversidade e combate ao racismo perde força quando a própria titular da pasta abandona o barco em busca de votos.
A narrativa de compromisso com as causas sociais vai se dissolvendo no mesmo ritmo em que as cadeiras ministeriais viram degraus de carreira.
💬 O discurso que não vira ação
Fontes próximas ao Planalto apontam problemas de mobilização e gestão dentro do ministério, com falhas na execução de políticas públicas e pouca efetividade nas entregas.
Em outras palavras: muito ativismo de microfone e pouca transformação concreta.
A decisão de Anielle confirma o que já se percebia nos bastidores — o governo fala de igualdade, mas pratica a política da conveniência.
O resultado é um ministério esvaziado e uma pauta fragilizada, num momento em que o Brasil precisa de liderança firme e coerente, não de estratégias eleitorais disfarçadas de compromisso social.
🧩 Um governo cada vez mais fragmentado
A saída de Anielle Franco é mais do que uma mudança de nome na Esplanada.
É o retrato de um governo que se perde entre o discurso ideológico e a necessidade de sobrevivência política.
Enquanto Lula tenta manter a base unida, as próprias lideranças que deveriam sustentar o projeto estão deixando o palco antes do fim do espetáculo.
No fim, o que era para ser símbolo de inclusão virou mais um capítulo do velho roteiro da política de sempre: promessas altas, resultados baixos e ambições maiores que as causas.





