O governador Jerônimo Rodrigues (PT) enviou à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) um novo projeto de lei pedindo autorização para contratar R$ 2 bilhões em empréstimo junto ao Banco do Brasil, com garantia da União.
Com essa nova operação de crédito, o governo baiano chega à impressionante marca de 20 pedidos de empréstimo em apenas 35 meses de gestão, totalizando cerca de R$ 25 bilhões entre valores já aprovados e outros ainda em tramitação.
📊 Um governo a crédito
Desde o início da gestão, Jerônimo tem apostado em financiamentos sucessivos para custear obras e programas estaduais. Todos os pedidos têm seguido o mesmo roteiro: aprovação em regime de urgência e justificativas centradas no discurso de “desenvolvimento econômico e social da Bahia”.
Segundo a mensagem anexa ao projeto, os recursos deste novo empréstimo devem ser aplicados em mobilidade urbana e interurbana, infraestrutura viária e hídrica, além de obras públicas e urbanização previstas no Plano Plurianual (PPA) e nos orçamentos do Estado.
🧾 O custo da urgência
A pressa em aprovar sucessivos empréstimos levanta questionamentos sobre a sustentabilidade fiscal do Estado e a transparência no uso dos recursos.
Em menos de três anos, o governo petista já acumulou um volume de endividamento que ultrapassa a casa dos R$ 25 bilhões — número que contrasta com o discurso de austeridade e equilíbrio financeiro defendido publicamente.
Enquanto o governo fala em “continuidade do desenvolvimento”, economistas e opositores enxergam um modelo baseado em crédito fácil e resultados lentos, que pode comprometer o futuro fiscal da Bahia.
🏛️ Política e dependência
A aprovação de mais um empréstimo no plenário da AL-BA tende a acontecer sem resistência, dada a base governista sólida que o PT mantém há duas décadas no estado.
Mas, a cada nova operação de crédito, cresce também a percepção de que a máquina pública baiana se tornou dependente de endividamento para manter sua capacidade de investimento.
Com 20 empréstimos em 35 meses, Jerônimo Rodrigues parece seguir à risca o velho ditado político: quando falta fôlego de gestão, sobra crédito para tapar os buracos.





