A polêmica começou nas redes sociais, quando a influenciadora paulista Nicolly Martins publicou um vídeo criticando o atendimento em Salvador. No conteúdo, ela afirmava que “demora para tudo”, citando serviços simples como receber uma água de coco ou pagar a conta em restaurantes. O comentário, carregado de estereótipos, foi suficiente para acender o debate e despertar uma onda de indignação entre os baianos.
“O pessoal é da praia, são tranquilos demais”, disse Nicolly, em tom que muitos consideraram xenofóbico e preconceituoso. A fala repercutiu de forma imediata nas redes, e a influenciadora acabou sendo duramente criticada por internautas e veículos de comunicação.
Diante da repercussão, a Prefeitura de Salvador decidiu se posicionar — e fez isso com elegância, firmeza e uma pitada de ironia. Em publicação nas redes sociais oficiais, o órgão afirmou:
“Salvador é lugar de gente alegre, mas que também trabalha incansavelmente. E, caso você tenha perdido essa aula de história: foi o ‘povo da praia’ que ajudou a construir este país inteiro. Bom dia!”
O tom da resposta foi visto como uma defesa orgulhosa da identidade baiana, ao mesmo tempo em que serviu como recado direto à influenciadora. A publicação rapidamente viralizou, sendo celebrada por internautas que exaltaram a postura da gestão municipal em valorizar o trabalhador soteropolitano e rebater o preconceito com inteligência e dignidade.
Em meio à enxurrada de críticas, Nicolly Martins gravou um novo vídeo pedindo desculpas. Disse que havia “dado um mancado” e que sua intenção não era ofender o povo da Bahia. Apesar do pedido de desculpas, o vídeo original já havia ganhado ampla repercussão e virou símbolo de uma discussão maior sobre xenofobia, desinformação e os estigmas enfrentados pelos nordestinos nas redes sociais.
O caso reforça uma velha verdade que o tempo insiste em provar: em Salvador, o “povo da praia” não é sinônimo de preguiça — é sinônimo de resistência, cultura e trabalho.





