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Bahia lidera mortes por ações policiais e integra ranking dos estados mais perigosos do Brasil
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Bahia lidera mortes por ações policiais e integra ranking dos estados mais perigosos do Brasil

A Bahia voltou ao centro do debate sobre segurança pública após novos dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança (Sinesp), órgão ligado ao Ministério da Justiça. Segundo o levantamento, realizado entre janeiro e setembro deste ano, o estado registrou 1.252 mortes provocadas por operações policiais, número que supera em mais do que o dobro as ocorrências registradas no Rio de Janeiro no mesmo período.

Os dados colocam a Bahia, governada por Jerônimo Rodrigues (PT), no topo do ranking nacional de letalidade policial — atrás apenas do Amapá quando consideradas as taxas proporcionais. Neste estado, a média chega a 20,3 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a Bahia registra 11,2 por 100 mil.

Além da letalidade policial, o cenário geral reforça o alerta: Bahia e Amapá aparecem, segundo o Anuário da Segurança Pública, como os estados mais perigosos do país, aprofundando a preocupação com políticas de prevenção, inteligência e controle da violência.

Em entrevista ao UOL, o governador Jerônimo Rodrigues afirmou que o Estado enfrenta “uma cultura policial de 200 anos” e defendeu mudanças estruturais na formação e no modelo de atuação das forças de segurança. Ele argumentou que a transformação precisa começar pelos concursos, pela capacitação e por uma corregedoria mais rígida.

“São 18 anos de governo. Mas nós estamos enfrentando um modelo, uma cultura de polícia de 200 anos. Culturamente, nós temos que modificar a forma de concurso, a capacidade que nós temos de modificar pela formação, e uma lei rigorosa e firme para quem sair de um padrão, de um conceito, da corregedoria da polícia”, declarou.

Os números escancaram que o problema não se resume a estatísticas: ele atravessa a vida cotidiana de milhões de baianos e exige respostas mais profundas do que a disputa narrativa sobre culpas e heranças históricas. Em um estado que lidera tanto a violência quanto a letalidade policial, o desafio não é apenas enfrentar um passado distante — é reconhecer a urgência de um presente que continua produzindo vítimas em escala alarmante.