A decisão da Executiva Nacional do PSB, que vetou a entrada do deputado federal Mário Negromonte Júnior na sigla, expôs mais um capítulo da desordem interna na base do governador Jerônimo Rodrigues. Enquanto o grupo governista enfrenta rupturas, disputas silenciosas e tensões por espaço, a oposição liderada por ACM Neto segue fortalecida e organizada para 2026.
A reunião em Brasília, realizada nesta terça-feira (26), colocou fim ao impasse que atormentava o PSB baiano. A simples possibilidade de Jerônimo empurrar mais um aliado para dentro da legenda quase provocou um colapso interno: a presidente estadual do partido, Lídice da Mata, via sua reeleição ameaçada, e lideranças tradicionais — como o ex-deputado Bebeto Galvão — cogitavam deixar a sigla caso a manobra fosse consumada.
O movimento revelava o que já se tornou padrão no atual governo: ausência de coordenação política, atropelos internos e disputas por sobrevivência eleitoral, reflexo de uma gestão que encontra dificuldades até para organizar sua própria base.
Federação provoca corrida por abrigo político — mas não no grupo de Jerônimo
Com a federação União Progressista (PP + União Brasil), Negromonte Júnior buscava abrigo em um novo partido governista. A tentativa, no entanto, gerou ainda mais pressão interna no PSB — pressão que o governador não conseguiu controlar, apesar de sua articulação para acomodá-lo.
A intervenção nacional precisou acontecer para impedir um dano eleitoral irreparável à legenda na Bahia. A decisão deixa claro que nem mesmo aliados históricos confiam no equilíbrio político do governo petista, que já coleciona insatisfações de prefeitos e crises silenciosas nos bastidores.
Enquanto isso, a oposição avança sem ruídos
No campo oposto, ACM Neto, principal nome da oposição baiana, segue observando o cenário com vantagem: enquanto a base de Jerônimo se fragmenta e disputa espaço, o ex-prefeito de Salvador articula sem sobressaltos e consolida alianças com foco na eleição de 2026.
A estabilidade e a capacidade de diálogo do grupo oposicionista contrastam com o cenário governista marcado por incertezas, promessas não cumpridas e crises internas recorrentes.
Conclusão
O veto do PSB não é apenas um recado para Mário Negromonte Júnior. É um sinal claro de que Jerônimo perdeu o controle político sobre sua base, e que qualquer movimento brusco ameaça implodir alianças que deveriam estar sólidas.
Ao mesmo tempo, a oposição — liderada por ACM Neto — se fortalece justamente pela capacidade de manter coesão, estratégia e previsibilidade. A disputa de 2026 já está em curso, e cada semana parece ampliar ainda mais o contraste entre os dois projetos para a Bahia.





