O tabuleiro da política baiana ganhou mais uma peça de peso. O ex-deputado federal José Carlos Aleluia confirmou sua pré-candidatura ao governo da Bahia em 2026 pelo Partido Novo, prometendo colocar na mesa um discurso de retomada do desenvolvimento e de críticas contundentes ao ciclo petista que já soma duas décadas no poder.
“O jovem baiano nunca viu coisa diferente. A Bahia desce a ladeira em todos os indicadores. É hora de cuidar do essencial: desenvolvimento, investimento, produção e emprego”, afirmou.
A decisão de Aleluia chega num momento em que as pesquisas ainda apontam os nomes já tradicionais: Jerônimo Rodrigues (PT), ACM Neto (União Brasil), João Roma (PL) e Kleber Rosa (PSOL). Sua entrada reforça o racha na direita, que já disputa espaço entre Neto e Roma, e deve mexer com as articulações para 2026.
Bastidores do Novo
O anúncio, no entanto, veio acompanhado de turbulência interna. O diretório estadual do Novo na Bahia foi inativado em agosto sob a alegação de “baixa performance”. A medida gerou repúdio entre filiados e abriu espaço para críticas de que a legenda estaria sendo tomada por uma “família tradicional” — numa referência direta a Aleluia e ao filho, o vereador Alexandre Aleluia.
Pai e filho, inclusive, já se reuniram em São Paulo com o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, em articulação para recuperar o comando da sigla no estado.
Portas abertas
Sobre possíveis alianças, Aleluia desconversou, mas não fechou caminhos: “Não posso dizer que não aceito apoio deles. Todos já sabem da minha disposição”. A frase indica que, mesmo com o racha exposto, há espaço para negociações no campo da oposição.
O que está em jogo
A entrada de Aleluia no páreo amplia a fragmentação da direita baiana, que ainda busca um nome de consenso para enfrentar o PT. Mas também escancara a insatisfação de parte do eleitorado com a falta de resultados concretos. No fundo, a pergunta que fica é: o eleitor vai querer mais do mesmo ou vai apostar em quem promete virar a chave de um estado parado no tempo?