O deputado federal Alex Santana (Republicanos-BA) decidiu abrir mão da disputa por um novo mandato em Brasília. O gesto, que em outros tempos poderia soar como recuo, é, na verdade, uma escolha estratégica para fortalecer o campo da oposição ao PT na Bahia. Santana aposta todas as fichas na construção de um novo projeto político estadual — com foco total na campanha de ACM Neto para 2026.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (3), por meio de nota oficial. O parlamentar afirmou que sua decisão está alinhada com os interesses do Republicanos na Bahia e representa um “compromisso com o fortalecimento do grupo que deseja virar a página de 20 anos de hegemonia petista no estado”.
Desde o início do ano, Alex tem atuado como um dos coordenadores políticos da pré-campanha de Neto. Sua proximidade com o ex-prefeito de Salvador e sua articulação entre diferentes segmentos partidários o colocaram em posição de destaque dentro da oposição. A saída da disputa proporcional é, segundo aliados, um movimento calculado — e que pode prepará-lo para disputar um cargo na chapa majoritária em 2026.
Apesar do afastamento da corrida por um novo mandato, Santana deixa claro que seguirá atuante até o fim da legislatura, com foco em projetos de impacto social e na defesa dos interesses da Bahia no Congresso. “Não estou saindo da política. Estou apenas mudando de posição no tabuleiro. Agora, o jogo é coletivo”, afirmou a interlocutores.
O gesto foi bem recebido por lideranças que enxergam na decisão de Alex uma demonstração de desapego pessoal e foco em construção partidária, algo cada vez mais raro no cenário político atual. A direção do Republicanos na Bahia também avalia a decisão como um sinal de maturidade e visão estratégica.
Alex Santana foi eleito pela primeira vez em 2018, pelo PDT, e reeleito em 2022 já pelo Republicanos. Ao longo de dois mandatos, consolidou-se como uma das vozes do centrão nordestino com trânsito entre pautas sociais, religiosas e econômicas.
Agora, sem mandato à vista, mas com presença forte nos bastidores, ele passa a ser observado não como deputado federal — mas como potencial nome para compor o próximo governo baiano, caso a oposição consiga romper o ciclo petista.
