A aparente harmonia dentro da base governista na Bahia começa a mostrar rachaduras. O senador Ângelo Coronel (PSD) voltou a ameaçar romper com o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) caso o partido decida lançar uma chapa puro-sangue petista nas eleições de 2026.
Nos bastidores, a fala foi interpretada como um recado direto ao governador e aos caciques do PT, indicando que a paciência do PSD está no limite. Coronel, que busca a reeleição, deixou claro que não aceitará ser excluído da chapa majoritária, sinalizando que o partido pode deixar a base caso perca a vaga ao Senado.
⚙️ Bastidores e jogo de forças
A insatisfação de Ângelo Coronel não é nova, mas o tom das declarações mostra um desgaste crescente na relação entre PSD e PT — duas siglas que caminham juntas desde 2014, quando o grupo liderado por Rui Costa consolidou o domínio político no estado.
O senador vê com desconfiança o movimento do PT de centralizar o controle das candidaturas e decisões estratégicas, deixando pouco espaço para aliados históricos. Dentro do PSD, o sentimento é de que o partido tem dado sustentação política e eleitoral ao governo, mas sem o devido retorno.
Fontes próximas à legenda afirmam que a declaração de Coronel teve um caráter “simbólico e estratégico”: um aviso público de que o PSD não aceitará ser coadjuvante em 2026. Caso o PT insista em monopolizar as principais vagas, o rompimento seria “inevitável”.
🔥 Um projeto de poder em teste
O discurso de unidade, repetido por Jerônimo Rodrigues em eventos públicos, já não convence parte da base. A percepção é de que o PT baiano está mais preocupado em proteger seu próprio projeto de poder do que em preservar o equilíbrio entre os aliados.
A hipótese de uma chapa formada apenas por petistas reacende velhas tensões — as mesmas que, em 2022, quase afastaram o PSD do palanque oficial. Agora, o embate volta com força, em um cenário de reorganização nacional das forças políticas e com a eleição de 2026 no horizonte.
⚖️ O que está em jogo
Ângelo Coronel tenta preservar espaço e influência dentro da base, mas o recado vai além da disputa pessoal: reflete a insatisfação de um grupo que se sente preterido e cobra reconhecimento político.
Para o PT, o desafio será manter a aliança sem abrir mão do controle, o que exige habilidade política e concessões reais — algo que, até agora, não se concretizou.
Se as divergências persistirem, a Bahia poderá ver uma reconfiguração das alianças históricas que sustentaram o projeto petista nas últimas duas décadas.





