Roberta Caires denuncia carnificina e abandono da Bahia
Em um dos discursos mais duros já feitos na Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Roberta Caires (PDT) elevou o tom e cobrou responsabilidade do governador Jerônimo Rodrigues (PT) diante da violência que assola o estado.
A fala, feita com indignação visível, denunciou o que chamou de “banho de sangue silenciado” na Bahia. Para Caires, o governo age como se as milhares de vítimas fossem apenas estatísticas — não pessoas, não histórias, não famílias em luto.
“Até quando o governador vai tratar mortos como números?”, questionou a parlamentar, referindo-se diretamente às mais de 5.100 mortes violentas registradas na Bahia em 2023, segundo dados oficiais.
Ela citou casos emblemáticos como os dos jovens Caíque Costa, Vitória Gabrieli Cruz e Railan Santos, assassinados em comunidades dominadas por facções criminosas. “Essas vidas não voltam. Essas mães enterraram os filhos enquanto o Estado assistia em silêncio”, afirmou.
A vereadora também criticou a ausência do governo estadual nas periferias, onde comunidades vivem sitiadas, sem policiamento regular ou políticas de prevenção. Para ela, o governo prioriza alianças políticas e campanhas publicitárias, enquanto a população clama por segurança.
“A Bahia virou um território abandonado. O Estado perdeu o controle. As facções impõem toque de recolher enquanto o governador finge que está tudo bem.”
📍 A fala de Roberta Caires reflete a crescente indignação de uma sociedade que vê sua juventude morrer e seu medo crescer.
A crítica não é apenas à omissão, mas à normalização de uma realidade onde a morte virou rotina, e o governo, espectador.