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Bahia tem 2,1 milhões de lares convivendo com fome e incerteza alimentar
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Bahia tem 2,1 milhões de lares convivendo com fome e incerteza alimentar

A Bahia registrou, em 2024, o menor índice de insegurança alimentar dos últimos 20 anos.
Mas, por trás do número comemorado pelo governo, os dados revelam uma verdade amarga: a fome ainda ronda mais de um terço dos lares baianos.

De acordo com o levantamento divulgado pelo IBGE, 2,115 milhões de domicílios no estado — o equivalente a 37,8% das casas — convivem com algum grau de insegurança alimentar, desde a simples preocupação com o acesso à comida até a falta efetiva de alimento na mesa.

O recuo de 3,2 pontos percentuais em relação a 2023 representa cerca de 74 mil famílias a menos nessa situação.
Mesmo assim, a Bahia subiu da sexta para a quinta colocação no ranking nacional de estados com maior proporção de residências afetadas pela fome.

Ou seja: melhorou nos números, mas piorou na comparação com o resto do país.

O estado reúne hoje o segundo maior número absoluto de domicílios com insegurança alimentar no Brasil, atrás apenas de São Paulo.
São 5,8 milhões de pessoas vivendo em vulnerabilidade alimentar, número que reforça a desigualdade entre o interior e a capital, onde o custo de vida e a falta de emprego ainda são barreiras diárias para famílias inteiras.

Os dados também mostram um aumento de 0,7% na chamada insegurança leve, que atinge 1,334 milhão de domicílios (23,8%) — casos em que existe incerteza quanto ao acesso à alimentação, mesmo que a fome ainda não tenha se instalado de forma crônica.

A pesquisa, realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, integra o módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua.
O levantamento é considerado o retrato mais fiel da fome no país, por reunir indicadores econômicos, sociais e regionais.

Enquanto o governo comemora a “melhor taxa em 20 anos”, os números mostram que o problema segue enraizado.
E o que se vê, na prática, é uma Bahia que ainda precisa lutar todos os dias para colocar comida no prato — porque o mínimo ainda é luxo para muitos.