A Bahia amarga mais um dado preocupante na educação. O estado aparece como o segundo com maior índice de abandono escolar no Ensino Médio em todo o Brasil. De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, elaborado pelo Todos Pela Educação, 5,8% dos jovens baianos deixaram os estudos em 2024.
O número é tão alto que empata com a Paraíba e perde apenas para o Rio Grande do Norte, superando – e muito – a média nacional de abandono, que ficou em 3,2%.
Por que os jovens estão largando a escola?
Especialistas apontam razões que se repetem a cada ano:
a difícil transição do fundamental para o ensino médio, que exige maior adaptação;
a necessidade de trabalhar cedo para ajudar em casa, realidade de milhares de famílias;
e a chamada distorção idade-série, quando o aluno já chega ao Ensino Médio com dois ou mais anos de atraso na trajetória escolar.
Nesse último ponto, a Bahia também lidera rankings negativos: 27,1% dos estudantes do Ensino Médio estão atrasados, o quarto pior índice do país, 9 pontos acima da média nacional.
O retrato de um futuro interrompido
O dado mais duro vem quando se olha para o fim da linha: apenas 56,8% dos jovens baianos de 19 anos concluíram o Ensino Médio. É o pior resultado do Nordeste e o terceiro pior do Brasil, atrás apenas do Acre (55%) e do Amapá (52,4%).
Ou seja: quase metade da juventude baiana chega à maioridade sem sequer terminar a etapa mais básica da formação.
O que fica dessa realidade?
Enquanto discursos políticos falam em “transformação pela educação”, a realidade mostra salas vazias, corredores cheios de desistências e uma juventude sem perspectivas. Cada jovem que abandona a escola carrega consigo um pedaço de futuro que não se cumpre – e o Estado segue falhando em sua missão mais essencial.





