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Bastidores em ebulição: sabatina de Gonet promete clima tenso em Brasília
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Bastidores em ebulição: sabatina de Gonet promete clima tenso em Brasília

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), autorizou nesta segunda-feira (21) a realização da sabatina do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para tratar de sua recondução ao comando da PGR. A sessão foi marcada para o dia 12 de novembro, em meio a um ambiente político carregado de articulações, pressões e interesses cruzados entre o Executivo e o Congresso.

A decisão de Alcolumbre ocorre num momento em que o Senado volta a ser o epicentro de embates entre o governo Lula, que tenta consolidar uma base sólida para aprovar pautas econômicas e jurídicas, e setores independentes do Parlamento, que enxergam em Gonet um perfil mais alinhado à moderação institucional — mas distante das expectativas de parte da esquerda.

Nos bastidores, aliados de Alcolumbre avaliam que a sabatina tende a ser tensa. Parlamentares da oposição prometem questionar a atuação discreta de Gonet diante de casos de corrupção e de decisões controversas do Supremo Tribunal Federal (STF). Já governistas enxergam na recondução uma oportunidade de manter estabilidade e evitar o vácuo de poder na Procuradoria, após anos de choques entre o Ministério Público e o Planalto.

A movimentação também reacende o debate sobre a autonomia do Ministério Público. Para analistas políticos, o fato de o governo ter apoiado a recondução de Gonet indica uma tentativa de manter diálogo com o Senado — especialmente com Alcolumbre, figura central na engrenagem das nomeações de autoridades.

Se aprovado, Paulo Gonet continuará no comando da PGR por mais dois anos, período que abrangerá a reta final do governo Lula e o início da corrida eleitoral de 2026 — cenário em que o papel do Ministério Público pode voltar ao centro do debate nacional.

No Senado, entretanto, o clima é de disputa. A oposição quer transformar a sabatina em um palco de cobranças ao governo, enquanto o Palácio do Planalto trabalha para que a recondução seja aprovada sem ruído, reforçando a narrativa de “normalidade institucional”.

O resultado, no entanto, dependerá menos dos discursos e mais da aritmética política — e, como se sabe, em Brasília, os números mudam conforme o vento.