Em um movimento que pegou até os mais experientes analistas de surpresa, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou nesta terça-feira (5) que seu partido decidiu por “obstrução total” nas votações da Câmara e do Senado. A medida, segundo ele, tem como pano de fundo a insatisfação com os rumos da política econômica do governo Lula, especialmente no que diz respeito ao recente tarifário imposto por Donald Trump que afetaria exportações brasileiras.
📉 A decisão vem acompanhada de duras críticas não apenas à condução do governo petista, mas também ao Judiciário. Caiado condenou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, determinada por Alexandre de Moraes, e chegou a falar em “desobediência civil” contra decisões monocráticas que, segundo ele, não refletem o conjunto do Supremo Tribunal Federal.
💥 O impacto político é ainda maior porque o Congresso é presidido por Davi Alcolumbre, um dos nomes mais influentes do União Brasil. Ou seja, o partido que agora declara guerra ao Parlamento… é o mesmo que o preside. A rachadura é institucional e simbólica.
🧩 Em suas declarações, Caiado não poupou críticas ao governo Lula, acusando o presidente de apostar em uma política de confronto internacional que, segundo ele, “prejudica o país” e afeta diretamente setores produtivos de estados como Goiás. Também expôs que a medida da obstrução foi articulada com lideranças da sigla e contou com o aval do presidente nacional do partido, Antonio Rueda.
🔍 Análise soberana:
Caiado assume protagonismo como voz ativa da oposição — não apenas ao governo federal, mas ao que ele enxerga como um desequilíbrio de poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário. A convocação à obstrução é, na prática, um teste de força: entre a base e os caciques do partido, entre o STF e a sociedade, entre governadores e o Planalto.
🧨 Fica o alerta: o União Brasil, que parecia caminhar como um partido pragmático e central, começa a mostrar que há fogo cruzado interno — e que esse fogo pode incendiar o coração político de Brasília.