O deputado federal Cláudio Cajado (PP) detalhou como funcionará a presidência da recém-criada federação entre União Brasil e Progressistas. O critério definido é pragmático: em cada estado, o partido que tiver maior número de deputados federais comandará a sigla local.
Na prática, o União Brasil sai com a presidência em nove estados, incluindo a Bahia, enquanto o Progressistas fica à frente em outros nove, como Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Já em nove unidades da federação, a decisão ainda será da direção nacional — entre elas, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os maiores colégios eleitorais do país.
O acordo será formalizado em convenção e segue o cronograma do TSE, mas o desenho já mostra o esforço para organizar um casamento político entre duas siglas que, embora fortes regionalmente, têm interesses distintos em Brasília.
Quando o assunto são os ministros do União Brasil no governo Lula, Cajado preferiu cautela: disse que o tema não foi discutido e que a prioridade é consolidar a federação “um passo de cada vez”. Mas nos bastidores, a dúvida é inevitável: até quando a federação vai sustentar a convivência com o Planalto?
O movimento expõe o dilema das legendas de centro: somam peso no Congresso, têm base espalhada pelo país, mas ainda não sabem se seguirão como parte do governo ou se vão se reposicionar para 2026. Enquanto isso, Lula assiste de camarote à dança dos partidos que, cedo ou tarde, terão de escolher entre a base aliada e um projeto nacional próprio.