O anúncio feito nesta quarta-feira (13) pela Salvador Produções caiu como uma bomba no calendário cultural do estado: a edição de 2025 do Salvador Fest, marcada para 14 de setembro, não será realizada. Um dos eventos mais aguardados do calendário baiano, conhecido pela megaestrutura, grandes atrações e proposta de acessibilidade ao público, foi cancelado por conta de fatores que vão além da produção de um festival — e que revelam um retrato preocupante da situação da Bahia e do Brasil.
Na nota oficial, a produtora foi transparente: custos crescentes de estrutura e logística, passagens aéreas em alta, instabilidade econômica, insegurança financeira da população e dificuldade de captar patrocínios inviabilizaram a realização. Traduzindo: um evento popular, pensado para ser acessível, não conseguiu sobreviver ao peso da crise que se espalha por todos os setores.
O cancelamento do Salvador Fest, que ao longo dos anos se consolidou como espaço de lazer, cultura e geração de empregos, escancara a falta de estabilidade mínima para manter tradições culturais no estado. Se até uma das maiores produtoras de eventos do país, reconhecida pela excelência, não encontra condições para entregar o padrão que considera justo, imagine o pequeno comerciante, o artista independente ou o trabalhador que depende do entretenimento para complementar a renda.
Mais do que um contratempo para o público, a decisão revela a realidade de um país que vive sob pressão econômica constante: inflação corroendo o bolso da população, empresas hesitando em investir e patrocinar, e um ambiente de incerteza que paralisa até as manifestações mais consolidadas da cultura popular.
O Salvador Fest sempre foi símbolo de festa democrática, com preços mais acessíveis e nomes de peso da música nacional. Sua ausência em 2025 deixa um vazio cultural, mas também serve de alerta: a Bahia — e o Brasil — atravessam um momento em que até a alegria precisa ser cancelada diante da conta salgada da