A greve dos professores da rede municipal de Salvador, que já dura mais de 30 dias, continua gerando um impasse entre a APLB Sindicato e a gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil). A paralisação foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas, mesmo assim, os educadores seguem em protesto, exigindo o pagamento do piso salarial e melhores condições de trabalho.
Na tentativa de desatar o nó, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), ofereceu sua mediação. Em declarações feitas nesta segunda-feira (9), Muniz afirmou que pode intermediar uma reunião entre o prefeito Bruno Reis e a APLB, desde que a greve chegue ao fim. O encontro, segundo ele, contaria com a presença do Ministério Público, buscando uma solução definitiva para o conflito.
“A greve está ultrapassando o limite da educação. Temos milhares de crianças fora da escola e pais e mães sem poder trabalhar. Se os professores encerrarem a greve, podemos começar a dialogar, com a mediação do Ministério Público, para resolver a situação”, disse Carlos Muniz.
Apesar da proposta de mediação, a greve dos professores continua firme, e os profissionais da educação não recuaram nas suas exigências. Nesta segunda-feira, professores se concentraram em frente à Prefeitura de Salvador, realizando protestos para cobrar o cumprimento do piso salarial, além de melhorias no ambiente escolar e condições de ensino.
O desgaste da categoria, somado à ausência de um acordo entre o governo municipal e a classe, tem criado um cenário complicado, com impactos sociais graves. Muitas famílias não conseguem trabalhar porque não há onde deixar seus filhos, enquanto as crianças ficam sem acesso à alimentação escolar, um benefício essencial para centenas de estudantes de famílias de baixa renda.
O governo de Bruno Reis, por sua vez, não se posicionou oficialmente sobre a proposta de mediação de Muniz, mas a intransigência nas negociações tem aumentado a pressão sobre o prefeito. A falta de avanço nas conversas levanta questões sobre a verdadeira disposição do governo para resolver o impasse sem sacrificar a qualidade da educação pública de Salvador.
O impasse entre a Prefeitura e os professores se reflete na falta de diálogo efetivo. Enquanto o governo fala de soluções, o que se vê é uma resistência crescente e uma falta de soluções estruturais para um problema que afeta diretamente milhares de crianças e suas famílias.