Catu, a cidade do prefeito fatasma

Reeleito com 55,57% dos votos em outubro de 2024, o prefeito de Catu, Pequeno Sales (PT), parece ter adotado um novo estilo de gestão: o “modo fantasma”. Desde janeiro, após garantir mais quatro anos no comando da cidade, o gestor simplesmente sumiu da sede da prefeitura. Nada de despacho, nada de reunião, nada de expediente. O gabinete virou só cenário.

Entre os corredores da prefeitura, o sumiço já virou pauta diária. Funcionários relatam que ninguém vê o prefeito há meses. E o povo? Apelidou logo o sumido de “Gasparzinho”, o famoso fantasminha camarada. A diferença é que, no caso de Pequeno Sales, nem tão camarada assim…

O desaparecimento coincide, curiosamente (ou não), com uma série de dores de cabeça que o prefeito vem enfrentando na Justiça. A começar pelas multas da Justiça Eleitoral: quase R$ 260 mil em penalidades por propaganda irregular, campanha negativa contra adversários e uso indevido de outdoors. Como se não bastasse, também está sendo investigado por suposto superfaturamento na compra de 400 notebooks para a Secretaria de Educação — comandada por ninguém menos que sua irmã, Rosa Sales.

A compra gerou desconfiança por causa do preço: R$ 4.593 por aparelho, quando o valor de mercado gira em torno de R$ 2.287. O caso foi parar em CPI na Câmara de Vereadores, com direito a parecer do Ministério Público apontando indícios de irregularidades. Entre as suspeitas, estão produtos de qualidade inferior e número de equipamentos entregues abaixo do contratado.

Diante de tanta confusão, o prefeito decidiu… sumir. E mais uma vez, a cidade segue sem respostas, esperando que Gasparzinho, ops, Pequeno Sales, volte a dar o ar da graça.

Enquanto isso, Catu segue no piloto automático.