Ciro Gomes nunca foi homem de se esconder atrás da cortina. Depois do fiasco de 2022 e da perda de espaço dentro do PDT, o cearense articula uma nova jogada: vestir a fantasia de “anti-Lula” nas eleições presidenciais de 2026.
A estratégia, segundo aliados, é simples: ocupar o vácuo deixado pelos governadores de direita — Caiado, Zema, Ratinho Jr. e Eduardo Leite — que, até agora, não mostraram disposição para enfrentar o lulismo de peito aberto. Ciro quer se colocar como a alternativa capaz de enfrentar o petismo sem carregar a herança de Bolsonaro.
E há mais: o movimento passa por uma provável mudança de casa. O PSDB, partido que já foi protagonista no Brasil e hoje vive de lembranças, estaria de portas abertas para recebê-lo. Dentro da legenda tucana, Ciro poderia costurar alianças com o Centrão e até receber apoios inesperados. No Ceará, dirigentes do PSDB já falam até na chance de Ciro disputar o governo estadual com apoio bolsonarista.
O enredo mostra duas coisas: primeiro, que a política nacional ainda gira em torno de Lula, com adversários se definindo a partir dele. Segundo, que Ciro Gomes, aos 66 anos, não desistiu de ser protagonista. Pode não ser amado, mas sabe se fazer ouvido — e isso, em tempos de polarização, vale ouro.
Se dará certo? O tempo dirá. Mas uma coisa é certa: o palco de 2026 já começa a ser montado, e Ciro quer estar no centro das atenções.